Resenha: Eleanor & Park, de Rainbow Rowell

Um livro indicado por John Green deve ter algo de especial, foi exatamente isso que eu pensei ao ver o enorme poster do livro no estande da Novo Século na Bienal de São Paulo. E se ele fala que o livro faz você pensar como é tá apaixonado por um alguém e por um livro, esse livro realmente deve ser algo especial.

E foi pensando assim que eu comecei a ler Eleanor & Park.

[A resenha pode conter spoilers!]

 No romance Young Adults de Rainbow Rowell, conhecemos o casal Eleanor e Park. Um casal que foge dos clichês dos romances para adolescentes.

Primeiramente a história se passa no final dos anos 80 e a trilha sonora é aquelas bandas famosas da época, por exemplo, Smiths.

Park é um rapaz que querem que ele seja o que não é. Os seus amigos, na verdade, o amigo, Steve, quer que ele seja legalzinho, fique com as meninas certas e além de tudo, não seja ele mesmo; o pai quer que ele seja o irmão mais o novo, Josh, o típico garoto adolescente atleta.

E então Eleanor chega e fez Park ser ele mesmo.

Eleanor é a garota nova que todo mundo ama odiar, incluindo Steve e seus amigos, que chegou de repente na escola, ninguém sabe de onde veio, quem é sua família ou por que ela estava ali. E ah, ela é ruiva e veste roupas de meninos, o que leva as pessoas a zoarem mais ainda.

E então surgiu Park e aceitou Elenor do jeito que ela era.

Todos os dias eles sentavam lado a lado no ônibus para escola e foi assim que eles se conheceram e se apaixonaram, mas antes do amor acontecer, houve muito empréstimo de gibis (viva Watchmen e X-Men!) e conversas sobre músicas.

- Não deu tempo de falar por que eu gosto de você, e agora eu tenho que ir.
(...)
- É porque você é bom - ela falou - E porque entende minhas piadas
(...)
- E parece um protagonista. - ela falava tão rápido quanto lhe vinham as ideias. - Parece o que cara que vence no final. É tão lindo, e tão gentil. E tem olhos mágicos. (...)

Mas como nem tudo são flores (ou coisas boas dos anos 80), Eleanor tinha uma família problemática. Morava com seus irmãos, sua mãe e seu padrasto em uma pequena casa onde o banheiro não tinha porta e era de frente para a cozinha e todos os irmãos dividia um só quarto. E para piorar, o ambiente na residência não era bom, pois o padrasto era abusivo e eles não se gostavam (Eleanor até já foi expulsa de casa).

Os problemas de Eleanor em casa e na escola é o grande drama da livro e o que podemos considerar, o empecilho principal do romance acontecer, mas também é o que faz você gostar do livro ainda mais.

Porque Park era o Sol, e essa era única explicação que Eleanor poderia dar.

A história é leve e tem capitulo curtos, você a lê novamente. Representa bem os anos 80, com todas as pressões por parte da sociedade classe média da época e a sua cultura. Faz você querer entrar na história, sentar ao lado de Eleanor e conversar com ela, tentar ajuda-la e foi o que Park tentou fazer. Com um final surpreendentemente, foge totalmente do que estamos acostumados em ver nos livros de YA e mostra que Rainbow Rowell tem talento e pode ainda ser vista com mais frequência nas lista de livros indicados (a obra já foi indicada pelo Goodreads)

E ah, lembra do que John Green falou? É complemente verdade! Eleanor&Park faz você querer se sentir apaixonada e faz você se apaixonar pelo livro!

ps: O livro vai ser adaptado para o cinema e quem vai escrever o roteiro será a própria autora. Podemos esperar bastante desse filme!